terça-feira, 17 de agosto de 2010

Inclusão de Próteses de Silicone nas Mamas







Existe algum perigo com o silicone?
Sob a forma de próteses, ou seja, gel de silicone protegido por um envólucro, acredita-se que não. Com o desenvolvimento tecnológico que ocorreu durante estes últimos anos, os fabricantes vêm produzindo próteses mamárias de maior segurança para o uso médico. O silicone que não deve ser utilizado é o líquido injetável que é inclusive proibido de uso pela SBCP e CRM.

O silicone provoca câncer ou alguma outra doença?
Não existe até a presente data qualquer comprovação científica de que o silicone induza à formação de câncer em seres humanos. Se houver ruptura acidental da prótese com extravasamento do seu conteúdo de silicone, pode haver a formação de vacúolos de silicone no tecido em volta, conhecidos como siliconomas e causar processos inflamatórios. Atualmente existem próteses com coberturas mais resistentes e conteúdo de gel coesivo, que mesmo se rompidas não extravasam.

Por que certas mamas endurecem após a inclusão de próteses?
No passado isto ocorria devido ao tipo de próteses usadas, com sua cobertura lisa; mas pode estar relacionada a fatores individuais em pequeno número de casos. De qualquer maneira há meios para corrigir quando isto acontece e meios para prevenir, utilizando-se próteses mais atuais.

Há modificação da sensibilidade?
Pode ocorrer uma pequena alteração de sensibilidade nos primeiros dois meses ou pouco mais, que desaparece gradualmente.
Para as futuras mães é importante mencionar que a inclusão de próteses nas mamas não influi em nada na amamentação.

Qual o tipo de prótese mais adequado?
Cada caso é avaliado individualmente. Considera-se pelo desejo da paciente, seus critérios estéticos e de sensualidade, perfil psicológico além da forma das mamas e se há alguma assimetria. Por isso existem próteses de variadas formas e tamanhos para fazer-se a melhor escolha.

Quando trocar as próteses?
Sempre que os exames preventivos de rotina revelarem alterações como ruptura, extravazamento do conteúdo da prótese, contratura capsular, surgimento de patologia mamária concomitante ou ainda o desejo da própria paciente.

A inclusão de prótese de silicone na mama impede o tratamento com radioterapia?
Nos casos em que houve o tratamento cirúrgico de um tumor e a colocação de prótese para recompor a área retirada, nada impedirá de prosseguir com os tratamentos preconizados para o controle desta patologia. O ideal será começar a radioterapia após um mês, momento em que a cicatrização e o processo inflamatório natural já encontram-se em estado avançado e mais seguro.

As próteses de silicone colocadas nas mamas podem atrapalhar exames como a mamografia, ressonância magnética e ultrassonografia?

De modo geral é importante citar a existência das próteses na hora da marcação e realização do exame. Assim o profissional que o realizar tomará as devidas medidas técnicas para fazê-lo com segurança e evidenciar as eventuais alterações, caso existam. Estes exames evoluíram muito em tecnologia de precisão, auxiliando na elucidação do diagnóstico, independendo da existência ou não de implantes mamários.


Por que as mulheres desejam colocar próteses de silicone nas mamas?

Nos dias de hoje a “mídia” é um fator influenciador na nossa vida. A televisão, a moda, as novelas, o cinema, os formadores de opinião como artistas, etc, a idéia da juventude eterna e a mudança dos parâmetros de beleza são meios pelos quais nós somos atingidos à procura do bem-estar, de ser notado e da tão desejada felicidade. Este fator é prepoderante na decisão por parte das mulheres atuais em colocar próteses de silicone nas mamas; mesmo que os medos existam.
Em nossa experiência nos últimos catorze anos, observamos que o aumento do número de candidatas a esta cirurgia está associada à maior deliberação e independência da mulher que tem coragem e o poder de assumir e decidir por si própria o que fazer do seu corpo. Escutamos muito após a cirurgia o seguinte: “um sonho que só agora se realizou”, independente de pai, marido, namorado ou qualquer outra mulher. Faz parte do nosso cotidiano clínico, histórias de descontentamento pessoal em mulheres cujas mamas não se desenvolveram ou são muito pequenas; o que lhes causam sempre constrangimento às vezes pseudamente resolvido com o sutiã de enchimento. Outro grupo de candidatas é aquele no qual as mamas sofreram redução de volume e queda após a amamentação, deixando comprometida a sensualidade e auto-estima. As mulheres, em geral, acham as suas mamas lindas durante o período da gravidez; sabe-se que nesta fase as mamas aumentam de tamanho com o objetivo da lactação.
Existem ainda aquelas pacientes que são atormentadas com o diagnóstico precoce ou não de câncer de mama. De acordo com cada caso, podemos recorrer ao uso das próteses de silicone para restaurar o dano causado pela retirada daquela lesão.
Procuramos sempre avaliar o perfil psicológico da candidata à prótese de silicone nas mamas, aparando sempre as arestas dos exageros e modismos baratos.


Quais os tipos de prótese de mama existentes, quanto ao seu conteúdo ?
Os tipos de material para preenchimento das próteses de mama mais utilizados no Brasil são:
01. Gel de Silicone em diferentes graus de dureza, o que não interfere na alta coesividade do gel de enchimento;

02. Solução Salina pré-cheios ou infláveis e 03.Elastômero de Silicone (silicone sólido) moldados ou pré-cheios. Todos os três grupos citados podem apresentar superfícies diferentes tais como: lisa, texturizada ou recoberta com espuma de poliuretano. Não utilizamos as próteses de superfície lisa por apresentarem maior propenção para encapsulamento e retração.

Quais os modelos de próteses de mama mais utilizados, quanto à sua forma?
01. Perfil Alto: proporciona maior projeção e são muito utilizadas naquelas pacientes que têm pouca ou pouquíssima glândula mamária e tórax mais estreito.
02. Perfil Baixo: utilizada em pacientes que tem glândula mamária a considerar e excesso de pele, dando a mama um aspecto “caído e mucho” e/ou tórax mais largo.
03. Anatômico: utilizado nos casos de reconstrução mamária, no qual houve ressecção maior ou menor da glândula mamária.
A escolha do modelo ideal é sempre baseada em exame clínico individual de cada paciente e considerando seu desejo; tudo explicado e conversado com a paciente, sempre feito de comum acordo médico-paciente.Os fabricantes informam de maneira geral que todo implante tem seu número de controle, marca e tamanho gravados, o que torna possível sua identificação a qualquer momento. Após a cirurgia, o registro da prótese colocada fica no prontuário médico do hospital ou clínica onde foi realizada a cirurgia e no prontuário médico do cirurgião. Uma cópia do registro é dada para a paciente e outra fica com o fabricante.


Por onde são colocadas as próteses de mama?
Após o exame físico da paciente e uma vez entendido seu biótipo e seu desejo de volume, partimos para a explicação do tipo de cicatriz necessária para colocar as próteses. Existem os seguintes acessos: transaréolomamilar (incisão reta horizontal que passa bem no meio do complexo aréolo-mamilar), peri-areolar (uma incisão semicircular em volta do complexo aréolo-mamilar na sua metade inferior), inframamária (uma pequena incisão feita no meio do sulco mamário) e o axilar (uma incisão curva na região axilar) . Na grande maioria dos casos a opção é pela infra-areolar, contudo a transaréolomamilar é a mais anatômica e o que menos compromete os ductos mamários. Entretanto se o complexo aréolo-mamilar for muito pequeno, opta-se pelo acesso inframamário ou pelo axilar. O acesso axilar é mais complexo e mais sujeito a riscos e complicações

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